24 de novembro de 2009

Renée - Parte V: Sangue humano

Eu estava atordoada. Não sabia o que estava acontecendo. Aquilo fora um sonho de coma? Não, isso não acontecia. Não era normal...

Percebi que havia uma comoção entre os enfermeiros. Tentei me levantar, mas um deles me segurou na cama. Com certa força removi seu braço do caminho e me levantei. Olhei em volta. Todos me encaravam, espantados.

Não, me diga que não é o que estou pensando.


Caminhei até o medidor dos batimentos, ainda com aqueles fios ridículos presos a mim. Arfei assim que olhei, e caí de joelhos.
Nada. Sem batimentos.

Aquilo era o motivo da comoção.

Eles sabiam.

Como eu lidaria com aqueles médicos?

Eu não podia deixar como estava. Não podia expor minha existência. Provavelmente não haveria tolerância se descobrissem a verdade.

Mas... Mata-los? Aquela perspectiva era horrível. E como eu faria isso sem atrair suspeitas? Havia um modo?

Sim, havia.
Podia dar conta dos três rapidamente e sair pela janela. Quase ninguém teria tempo para registrar meu rosto. E se registrasse... Provavelmente não se envolveria.

Além disso, minha garganta estava ardendo. Sede.

Eu não ia me controlar, de qualquer jeito. Alguém morreria. Um propósito atenuaria a minha culpa.

As chamas já estavam insuportáveis. Me abaixei lentamente, e dei um salto na direção dos enfermeiros.

21 de novembro de 2009

A Mulher Da Cadeira De Pregos - Parte III: Dia Estranho

Ela se virou e saiu do comodo, deixando-nos sem saber o que fazer. Cada um queria uma coisa: Jess queria sair dali, Mike queria ir atrás dela, Cindy queria pentear o cabelo, Carol queria ficar ali e eu... bem, eu não sabia de certo o que eu queria. Depois de muito conversar, decidimos ir embora daquele lugar assustador.
 
 
Voltamos todo o caminho que fizemos umas mil vezes e abrimos a porta. Fomos para a calçada, eu olhei no relógio: duas horas tinham se passado. Só aí lembramos de nossos pais, e começamos de volta para minha casa, onde nos encontramos, abri o portão desesperada, mas a hora que entrei na sala, ninguém falou nada, ninguém ficou bravo. Perguntei porque ninguém tinha ficado igual ficaram outras vezes, gritando comigo. Minha mãe deu uma resposta curta: "Voltaram tão cedo? Só faz cinco minutos." 
 
Não entendi. Olhei para Cindy, mais preferi encarar aquilo melhor do que ficar naquela casa. Todo mundo foi embora, e eu fui tomar um banho. "O dia foi muito estranho" eu pensava, sem entender nada. "Minha vida é muito estranha". Mas decidi aceitar já que aquele era meu destino, foi melhor que receber bronca, mas pior do que um dia estranho.

20 de novembro de 2009

Renée - Parte V: Criaturas da noite

Acordei. Estava num lugar desconhecido, não me lembro como era ao certo. Parecia um quarto de hospital, branco, com macas, mas totalmente deserto.

Olhei a minha volta. Vultos encapuzados se materializaram, seus rostos ocultos pelas sombras. Eu me sentia dolorida, mas sob outros aspectos, bem. Não sabia o que estava acontecendo. Alguma coisa no meu rosto deve ter denunciado a minha confusão, pois a “criatura” mais próxima disse, com uma voz aguda:

– Você esteve num coma profundo. Nós te trouxemos de volta.

– Obrigada. – disse eu – Quem são vocês? Onde estou?

– Quem somos não te interessa. Você está num quarto de hospital, mas numa dimensão diferente. Agora, sem mais perguntas.

Não fazer mais perguntas nunca fora mais difícil, quando minha cabeça estava lotada de pontos de interrogação. Dimensão diferente? Seria um sonho? Percebi que a criatura voltara a falar, e saí do meu devaneio:

– As pessoas são engraçadas. Você acha mesmo que nós trouxemos a sua vida de volta como um favor? Tudo tem um preço. Se você quiser ficar com esse seu corpinho, terá de pagar.

– Com o quê? Eu não tenho nada para oferecer, só tenho dívidas, uma pensão abandonada e um carro destruído – lamentei.

– Não queremos nada disso – riu a criatura – Não nos adianta em nada. Nós queremos o que você tem de mais precioso.

– O quê? – perguntei, curiosa.

– Sua alma.

O tom de voz da criatura era suave. Estremeci: como poderia dar aquilo? Tentei me forçar a correr, mas minhas pernas iriam ceder. Com os olhos pregados na criatura, disse, num sussurro rouco:

– Pode explicar melhor?

– Nós queremos a sua alma. Você tem que prometer servir ao próprio Rei do Inferno até o resto de seus dias. Você vai ser uma vampira. Vai se alimentar do sangue alheio, mantendo-se sempre jovem. Viver eternamente. Tudo que pedimos é a sua alma.

Tentei me forçar a acreditar que sonhava, mas sem sucesso. Tudo era muito real, o cheiro característico de hospital, as dores no corpo, a voz da criatura, os arrepios que percorriam meu corpo... Não era um sonho. Tinha que me decidir. Viver para sempre e me alimentar do sangue de pessoas? Ou morrer tão nova, sem família ou amigos? Não, eu não podia fazer isso. Tinha que tem a chance de viver também. Eu não tinha nada a perder e tudo a ganhar. Tomei uma decisão: não ia desistir da minha vida tão facilmente.

– Aceito. - minha voz falhou na tentativa de dizer isso com confiança.

Imediatamente, as criaturas sumiram. Eu me vi acordando no mesmo hospital. Agora estava rodeada por enfermeiros. Era incrível como não havia ninguém até uns segundos atrás.

– Ela acordou! – gritou um enfermeiro, checando os batimentos cardíacos.

17 de novembro de 2009

Renée - Parte IV: Tragédia

Eu estava gostando muito de ficar hospedada naquele lugar. Tinha condições financeiras boas, tinha um lugar bom para morar, tinha emprego, tinha companhia. Quando parecia que tudo ia dar certo, meu mundo desmoronou.

A Sra. Linch, que já era uma espécie de mãe para mim, teve um ataque cardíaco. Como não tinha filhos ou família, ela deixou todos os seus bens para mim. Entre eles, um carro e a pensão.

Se eu já estava abalada com a morte dela, não poderia descrever o que senti naquele momento, quando soube do testamento. Não, não foi alegria. A pensão estava afundando em dívidas. Sem hóspedes, sem dinheiro e com um emprego que não conseguia pagar tudo, fiquei depressiva.


Com a depressão, veio o vício. Comecei a depender de álcool. Toda noite, eu saía e entornava. Era horrível, eu sei, mas era o único jeito de "melhorar".

Então, numa noite, eu tinha saído para mais uma noitada. Eu voltava para a pensão, completamente desnorteada, quando aconteceu.

Eu estava ouvindo música nas alturas. Via placas passarem como borrões, em alta velocidade. Lembro de pouca coisa desse dia. Tudo que eu lembro é que vi um borrão vermelho logo acima de mim. Duas fortes luzes brancas foram ao meu encontro, ouvi gritos, fui jogada para frente e tudo desapareceu.

Renée - Parte III: Falido

Tinham se passado dezesseis anos desde que eu chegara ali. O orfanato fechou por falta de recursos financeiros. Todos os pertences das crianças foram devolvidos e tivemos que sair, numa cinzenta e chuvosa manhã de terça-feira.



Eu saí decidida a ter uma vida pelo menos aceitável. Não me acostumaria a me desdobrar para conseguir comprar alguma coisinha, ou ter que morar na rua. Eu passei o dia todo, desde que saí, tentando achar um lugar para morar, pelo menos uma noite, e com um pouco de sorte eu acharia um emprego. Depois eu pagaria. Mas não precisavam saber disso, é claro.


Achei uma pensão razoavelmente boa, onde me hospedei. A dona era uma velhinha muito simpática, cabelos brancos, baixa e magrinha, Sra. Linch. Acomodei-me num quarto com um ar antigo, móveis grandes de madeira, com grandes puxadores trabalhados de um metal que lembrava prata envelhecida, uma cama com uma cabeceira de madeira também esculpida, uma lareira de tijolinhos com um fogo vivo e esperto crepitando. Tomei um bom banho no banheiro ao lado e, assim que me deitei, adormeci.

~x~


Acordei no outro dia atordoada, sem saber onde estava, até que me lembrei do dia anterior. Totalmente compreensível, pois eu acordava no mesmo quarto desde que eu me conhecia por gente, e não estava acostumada com aquele ambiente novo.


Tomei café da manhã com a Sra. Linch, pois era a única hóspede. Eu contei minha situação, tendo o cuidado de não dizer que não tinha dinheiro, e ela disse que tinha uma amiga que era dona de uma loja de roupas que procurava empregados.


Fui até a loja de roupas. Lá, entenderam minha situação e me deram emprego como lojista. Já podia pagar a moradia e comprar alguma coisa que eu precisasse. Voltei para a pensão, e, sem nem ir jantar, dormi profundamente.

12 de novembro de 2009

Inscrições para membro abertas!

Isso mesmo, o BH está aberto para quem quiser postar *-*

Basta enviar seu apelido e uma história (não precisa de fim. Só para sabermos se você realmente sabe escrever um pouco melhor do que uma criança de 3 anos @_@) para o email do BH, conta.blog@hotmail.com ou  cah_vampire@hotmail.com (o primeiro da Bella, o segundo da Cáh). Em pouco tempo te responderemos n.n

6 de novembro de 2009

Random? :3

Senti necessidade de criar uma nota aqui. Embora não comentasse nada com a Bella, estive com medo. Medo que as minhas histórias que eu fiz com tanto carinho e as da Bella fossem copiadas. Nós temos provas de que fizemos tudo aqui, mas você sabe... Nada é garantido.

Nós realmente queremos continuar postando aqui, fazendo nosso trabalho não mofar naquele cantinho sombrio que só ocupa espaço no Word. E pedimos que colaborem.

E eu preciso pedir desculpa pelas poucas postagens e por textos não-terminados que talvez nunca terminem. But, like... I'm only human o.o

E por favor, se lê/já leu o Blog, nos siga, comente ou etc. É realmente desestimulante postar e ninguém ler (mesmo se divertindo muito com a amiga =*)

E eu tive uma idéia ótima enquanto fazia isso. Só falta a Bella aprovar.