14 de outubro de 2009

A Mulher da Cadeira de Pregos - Parte I: A Coisa de Espinhos na Cabeça

- Oi mãe, cheguei da escola! - dizia Carol, enquanto entrava em sua casa, jogava a bolsa no sofá e corria para o quarto, nem esperando a mãe dizer oi. Carol, que na verdade se chamava Carolina, estudava em uma escola onde todas as pessoas grandes eram implicantes (adultos, mas para ela aquilo era crianças, só que muito altas, então chamava de pessoas grandes), mas para ela era legal, pois sempre vivia muitas aventuras com seus melhores amigos: Isa, Mike, Cindy e Jess. Os cinco amigos sempre viviam juntos, parecia que era grudados, e também iam aos lugares juntos. Um dia, foram ao cinema assistir um filme de terror. Todos, menos Jess, que ficara doente.


Quando saíram de lá, Isa teve uma idéia, que sabiam que todos iam concordar:


-Porque a gente não vai tomar sorvete no TMB? - mas, ao invés de ouvir um sim bem forte de todos gritando, ouviu apenas um silêncio, e depois a voz de Mike perguntando:


-TMB? Legal, abriu uma sorveteria nova!


-Não... TMB é o Tudo Mucho Bom, é que para não falar T-U-D-O M-U-C-H-O B-O-M, eu falo TMB...


Depois de ouvirem essa explicação insignificante, todos concordaram e lá foram eles para o TMB. Quando voltavam para casa, Mike viu uma casa que se destacava entre as outras. A cidade em que moravam era pequena, mas muito bonita. As casas ficavam todas acesas, com luzes na varanda e nos corredores. Mas a casa que Mike não conseguia tirar a atenção era diferente, ela era toda escura, sem sequer uma única luz acesa.

Isa olhou para Carol, com cara de quem teve uma idéia, Carol olhou para Cindy, Cindy olhou para Mike, e depois de pensarem sobre o assunto, decidiram entrar. Mas, quando estavam atravessando a rua para entrar na casa, Isa lembrou o que poderia fazer eles não entrarem (pois, como todo mundo, ela também estava com medo, e sabia que queriam ouvir alguma voz para interromper aquele passeio na casa misteriosa), e disse:


-Ei, mas se a gente entrar, passar uma aventura e depois contar para Jess, ele não vai acreditar. É melhor vir com ele, e também, não podemos esquecer da hora, minha mãe falou que eu tenho que estar 10 horas em casa, se não ela me põe de castigo - depois disso, só ouviu uns comentários baixinho, mas no final todos foram para casa.


Uma semana depois, Jess já estava melhor, então chamou os amigos para comer pizza na pizzaria mais famosa da cidade, para celebrar. Estavam indo para lá, quando Cindy se lembrou da casa. Jess ficava toda hora perguntando para que casa eles estavam indo, enquanto caminhavam até lá.


Chegaram. Olhavam para a casa. Jess quase teve um ataque cardíaco quando soube que queriam entrar lá. Carol foi primeiro. Colocou um pé na rua. Sentiu um arrepio na espinha. Mas foi andando, com mais medo do que no primeiro dia, até chegar no outro lado da rua. Todos atravessaram. Sabiam que já tinha passado uma etapa daquela aventura que provavelmente passariam. Mas também sabiam que aquela casa tinha alguma coisa estranha, não só as luzes apagadas, mas tudo no que nela existia. E não sabiam explicar...

Pisaram na grama. Alguma coisa os atraiu para dentro da casa, mas a vontade era de saírem correndo. Puseram o outro pé. Viram alguma coisa passando na janela. Quiseram gritar e correrem para debaixo de seus cobertores, mas parecia que suas forças tinham acabado. Parecia filme de terror, não conseguiam olhar para nada, a não ser para a casa. Também não conseguiam dizer uma palavra, a rua estava deserta. Foram andando pela grama verde escura brilhante, quando viram, de novo, alguém passar, só que invés de ir em frente, parou. Parecia que aquela coisa tinha espinhos na cabeça, e olhava para eles. Os olhos da coisa brilhavam, refletindo em seus olhos, que quase choravam de medo. Todos pararam de andar, suas forças tinha voltado, olhavam uns para os outros, mas não conseguiam correr.


Depois de olharem ao redor, continuaram andando, olhando para a coisa que ainda não saíra da janela. Chegaram na porta... ninguém queria abrir. Jess, não aguentando mais aquilo, abriu a porta logo para eles verem que não era nada e que aquela coisa na janela era só ilusão, e para irem embora de uma vez. Como Jess tinha abrido a porta, ele entrou primeiro, seguido por Isa, Carol, Cindy e Mike, que quase pulava no colo de Cindy de tanto medo. Se viram em uma sala enorme, com muitos móveis que pareciam que eram históricos de tão velhos. Isa, muito esperta, viu um tapete no chão. Falou para não passarem em cima do tapete, pois podia ser uma armadilha. Ouvindo isso, todos começaram a olhar em volta para ver se mais alguma coisa era suspeita e se podia ser uma armadilha. Passaram pela sala, depois, viram apenas uma porta para entrarem, estavam andando na direção dela quando ouviram o barulho da porta fechando, todos deram um pulo, e depois de quase meia hora, decidiram prosseguir com a aventura. Entraram na cozinha, e novamente viram se não tinha nada suspeito para ser uma armadilha, só que em vez de verem só uma porta, viram várias, cada uma dava em um lugar.

Decidiram entrar na porta do meio, pois dizia por aí que tudo que estava no meio dava sorte, mas para eles não deu. A porta dava para um quarto, que nem tinha cama, mas tinha uma escada, queriam voltar, mas continuaram por ali mesmo. Subiram a escada, entraram em um quartinho, onde apenas dava para se ver uma velha vela iluminando uma escrivaninha. Foi então, que viram a coisa preta de espinhos na cabeça... Já sabiam o que viria depois...

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